Ler é melhor que estudar. Por quê?
A frase nos remete ao distanciamento que há entre o que se ensina na escola e o que se pode fazer fora dela.
O ler, o indivíduo pode fazê-lo na praça, no quarto, perto da piscina, no ônibus, tomando um suco, um sorvete etc. Estou falando do ler por prazer. É diferente do que é feito na escola. O ler por prazer é diferente do ler na escola. E hoje temos uma grande parcela dos jovens estudando, mas não lendo. São meros repetidores de informações, mas não são leitores. Não são leitores porque não desenvolveram as capacidades envolvidas na prática letrada, cumprem somente o que interessa à leitura para o estudo na escola, entendido como o processo de repetir, revozear falas e textos de autoridade escolar, científica que devem ser entendidos e memorizados para o que o currículo se cumpra, o que é feito em todas as disciplinas, mas não leva à formação delitores e produtores de textos proficientes e eficazes, capazes de usar as estratégias próprias da leitura.
O ato de ler, até o início da segunda metade do século, segundo Roxane Rojo, era visto mais como decodificação, só depois foi visto como interação entre leitor e autor, mas na escola esse ato parou no tempo, pois poucas capacidades leitoras têm sido ensinadas, avaliadas e cobradas. Os alunos entendem que ler na escola é ler em voz alta, sozinho ou em jogral (para avaliação de fluência entendida como compreensão) e sem seguida, respondem a um questionário onde se deve localizar e copiar informações do texto (para avaliação de compreensão)
Os resultados das avaliações externas (ENEM, SARESP, SAEB, PISA) mostram que a maioria das capacidades de leitura são ignoradas no ambiente escolar, dessa forma, prejudicando a preparação dos nossos jovens para a leitura cidadã.
(Doralice)
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